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Ascenso Simões: "A economia de Francisco"

Na receção a Francisco que aconteceu na Universidade Católica, a Prof. Isabel Capeloa Gil anunciou a criação e uma nova cátedra a que deu o nome de Economia de Francisco e Clara.

Os menos dados às coisas da Igreja poderão ter pensado que se tratava de estudar o pensamento do atual Bispo de Roma, mas não é de todo assim.

A Economia de Francisco é a de Francisco de Assis, uma visão do mundo de hoje a partir de uma grandeva leitura das suas circunstâncias. Em boa verdade, ela é fundada numa visão de mundo a partir do Cântico das Criaturas, onde o universo e a terra, com os seus elementos fundadores, se assumem no abrigo da bênção do Senhor.

Ao contrário do que aconteceu ao longo do último século, estas proclamações da Igreja sobre sociedade e economia não partem do sucessor de Pedro, mas são trabalhadas por este a partir de uma outra dimensão filosófica e teológica.

Artigo completo disponível no Expresso.

Categorias: Católica

Jornada Mundial da Juventude o que fica dos dias de Lisboa?

“O apelo à ação não pode deixar de ser um sinal para os políticos” 

Isabel Capeloa Gil

A inspirar uma análise da presença do Papa Francisco em Portugal, talvez pareça herético recordar a expressão E pur si muove, atribuída a Galileu quando é instado a rejeitar a teoria heliocêntrica. Mas, na verdade, o que vivemos na última semana em Lisboa, transformada em cidade do encontro e dos sonhos, foi tal como aconteceu com Galileu, a afirmação de uma realidade, que a ideologia pode combater mas não consegue negar. Ela move-se, sim, a juventude do Papa, crentes e não crentes, imperfeitos e destroçados, mas cheios de energia transformadora, sedentos de ideais e dispostos a contribuir para a remediação das sociedades em fuga, como dizia Anthony Giddens acerca da pós-modernidade.

Vieram de todo o mundo, do Camboja à Croácia, de Togo à Noruega. Vieram carregados de sonhos, para serem ouvidos, vieram, como disse o Papa no discurso aos universitários, como peregrinos, arriscando e pondo-se a caminho. Ao longo destes dias muito se falou do grande poder de convocatória deste Papa, que fala com legitimidade de um lugar de extrema fragilidade física e que inspira os jovens a uma intervenção cívica que teve uma resposta global. Este apelo à ação não pode deixar de ser um sinal para os políticos. É justamente a possibilidade de transformação, em que os jovens acreditam, que assusta. A virulência histérica dos críticos da Jornada, que se fez sentir numa extraordinária violência verbal de comentadores televisivos e nas redes sociais, é quase ridícula face à fragilidade da voz de um homem de 86 anos, que mal se fazia ouvir perante o júbilo da multidão. E, todavia, foi esta voz, que assumiu a culpa com humildade e exigiu mudança, e não os gritos histéricos dos agentes do dissenso, que moveu a multidão dos que estiveram em Lisboa, dos que estavam em casa, crentes e não crentes.

Nota: Pode ler o conteúdo na íntegra na edição impressa da revista Visão de 10 de agosto de 2023.

Categorias: The President

Conceição Soares: "As tecnologias e a necessidade de uma disrupção positiva"

Desde sempre as tecnologias funcionaram para o melhor e para o pior, não são inócuas e a memória humana é inseparável delas. Para Bernard Stiegler, filósofo francês que estudou em profundidade as questões da inovação tecnológica, as tecnologias não alteram apenas os saberes instituídos, mas também nos alteram a nós.

Originalmente, a web tinha como principal objetivo permitir que aumentássemos a nossa capacidade de agir e pensar. A World Wide Web (www) foi idealizada e implementada pelo CERN, em Genebra, entre 1987 e 1993. Foi com a World Wide Web que a disrupção começou nos anos 1990, como protocolo HTTP que permitia que qualquer pessoa tivesse acesso à Internet para produzir ou consultar sites. No entanto, esta Internet está agora em minoria em comparação com plataformas globais como a Google, Meta ou a Amazon. Esta disrupção tecnológica, efetuada em particular pela Inteligência Artificial (IA), Big Data ou mesmo Deep Learning, conduz-nos a comportamentos miméticos, que acabam por nos levar a uma desaprendizagem generalizada e uma atenção em curto-circuito. Desaprendemos a escrever, a conduzir, a cuidar de nós, a educar, a pensar por nós próprios.

Artigo completo disponível no site do Dinheiro Vivo.

João César das Neves: "Infortúnios da autoridade"

Ora isso é algo que a cultura contemporânea se mostra muito avessa a conceder. Vivemos num tempo intensamente dedicado à igualdade entre todos e, por isso, extremamente hostil ao destaque individual. Rebeldia, desobediência, inconformismo, são virtudes supremas.

A mundivisão atual foi solidamente forjada nos ataques contra a excelência da aristocracia e da “raça superior”, temas que suportaram a autoridade durante milénios, hoje feliz e irremediavelmente ultrapassados. Mas até outros valores, que antes sempre garantiram excelência, têm perdido lustre. Quem invoca sabedoria, conhecimentos, formação, dotes especiais, dinheiro, poder, facilmente é ridicularizado. Pelo contrário, são muitos os que se orgulham da ignorância, falta de estudos, pobreza e anonimato. No tempo dos anti-heróis é difícil exercer autoridade.

Artigo completo disponível na Link To Leaders.

João César das Neves: "Ao lado do essencial"

A Jornada Mundial da Juventude gera, sem dúvida, uma enorme confusão. Lisboa, que normalmente em agosto já costuma ser considerada inabitável por tantos dos seus habitantes, está desta vez invadida por centenas de milhares de jovens vindos de todo o mundo. Apesar de vários anos de preparação, os imponderáveis multiplicam-se, e ao lado de cada queixa está um repórter para registar a ocorrência.

Para lá destas perturbações, jornais e comentadores oficiais, que passaram os últimos anos a tratar os católicos de pedófilos, andam um pouco perplexos, sem saber bem como lidar com a circunstância. O tema religioso não emociona intelectuais cultos e esclarecidos e a atitude habitual de falhar o tema impede-os de entrar no espírito. Só que a dimensão é demasiado grande e a abrangência demasiado vasta para se poder desprezar. Assim, como nas últimas visitas papais, a elite nacional vai-se manter silenciosa.

Artigo completo disponível na Renascença.

João Moreira de Campos: "Compreender as estatísticas, entender a pobreza"

No passado mês de abril, em entrevista ao programa Tudo é Economia, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, manifestou a sua estupefação perante uma ideia insistentemente propalada. Não raras vezes, no espaço público, alude-se a uma incidência da pobreza que abrange mais de 40% dos residentes em território nacional, o que motivou o seu reparo. Tal percentagem é obtida através de um cálculo no qual não são considerados os rendimentos provenientes das pensões de velhice e de reforma antecipada, ou seja, em que se excluem prestações pagas a mais de 2,2 milhões de beneficiários.

Nota: Este conteúdo é exclusivo dos assinantes do Público.

Jornada Mundial da Juventude - Despedida do Papa

Isabel Capeloa Gil, Reitora da Universidade Católica Portuguesa foi uma das convidadas da RTP 1, no dia 6 de agosto de 2023.

Pode ver o comentário de Isabel Capeloa Gil aqui.

Categorias: The President

Jornada Mundial da Juventude - Análise

José Manuel Pereira de Almeida, Vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa foi convidado no programa 360º da RTP 3, no dia 6 de agosto de 2023.

Pode ver o comentário de José Manuel Pereira de Almeida aqui.

Categorias: Católica

Desde a ecologia à redistribuição de rendimentos, o que prega a economia de Francisco?

Ecologia, pessoas e o bem comum. São estes os princípios defendidos pela Economia de Francisco, que é inspirada em São Francisco de Assis e encorajada pelo Papa. 

(...)

Esta chamada Economia de Francisco “trata-se de um movimento criado pelo Papa em 2019 junto dos jovens, apelando à criação de uma nova economia, mais justa, inclusiva e respeitosa da natureza”, explica o economista João César das Neves ao ECO. “Trata-se do segundo movimento económico criado pelo Papa Francisco, depois do Encontro dos Movimento Populares em 2014”, acrescenta. O objetivo é “mudar os critérios, colocando a pessoa e não o dinheiro no centro: trata-se de uma nova atitude de amor e caridade”, indica.

(...)

Papa Francisco defende ainda que “temos necessidade duma ecologia integral, de escutar o sofrimento do planeta juntamente com o dos pobres; necessidade de colocar o drama da desertificação, em paralelo com o dos refugiados; o tema das migrações, juntamente com o da queda da natalidade; necessidade de nos ocuparmos da dimensão material da vida no âmbito duma dimensão espiritual. Não queremos polarizações, mas visões de conjunto“, como disse esta quinta-feira, num discurso na Universidade Católica Portuguesa (UCP).

Esta universidade anunciou no mesmo dia que iria avançar com o lançamento da nova cátedra “Economia de Francisco e de Clara” – Clara de Assis, fundadora do ramo feminino da ordem Franciscana –, “dedicada a acolher iniciativas transversais em todas as áreas de saber da universidade, destinadas a promover os princípios da Economia de Francisco [São Francisco de Assis] e desenvolver um modelo social dignificador das pessoas e do ambiente”, como anunciou a reitora Isabel Capeloa Gil. Terá como base o novo “Campus Veritati” da universidade, situado na zona norte do atual campus em Lisboa.

Artigo completo disponível na TVI notícias.