José Miguel Sardica: "A diplomacia na era da dissonância transatlântica"
A mais recente capa da «The Economist» apresenta uma fotomontagem de Donald Trump, com o boné MAGA, seguido de outros homens de negro - Vladimir Putin, Salman Al-Saud (o sheik saudita), Xi Jinping, Recep Erdogan e Benjamin Netanyahu - com o título «The Don’s New World Order». Essa nova ordem, na verdade um abominável mundo novo, segundo o articulista, será feita de “Don Corleones” que entre si querem mandar no mundo, com o mesmo realismo impiedoso com que as famílias mafiosas fazem negócios e dividem territórios entre si. Será “a might-is-right world in which big powers cut deals and bully small ones”.
A julgar por aquilo a que o mundo assistiu na passada sexta-feira, a revista britânica acertou no diagnóstico. A deriva caudilhista e isolacionista da nova (velha) administração Trump já era conhecida. Ainda assim, em nome de décadas de comprometimento norte-americano com a ordem internacional ocidental, erguida como antídoto contra guerras e ditaduras depois de 1945, acreditava-se que Washington não desertaria desse (deste nosso) lado do mundo, na maneira de ver o mundo e de perceber quem devem ser os seus aliados e os seus inimigos. Os acontecimentos mais recentes desenganaram-nos. Para Donald Trump, a Europa anda a “lixar” (sic) os Estados Unidos há muito tempo e o “estúpido” (sic) Joe Biden não o percebeu. Há uma semana, nos encontros com Macron e Starmer, o presidente dos EUA ainda manteve o verniz. Não com Zelensky - e daí a emboscada na Sala Oval ao presidente ucraniano.
Artigo completo disponível na Renascença.
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