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Jessica Roberts: “Numa luta de bar não há regras, e os democratas ainda estão a lutar boxe”: a forma como Trump comunica em metáfora

“As mentiras são criadas em segundos e circulam dez vezes mais. São muito mais interessantes e atraentes.” Mas os seres humanos também funcionam “um pouco como os algoritmos, em resposta a incentivos”. Em entrevista ao Expresso, Jessica Roberts, professora da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, cujas áreas de especialização são o estudo da comunicação e jornalismo nos Estados Unidos, explica o que está a acontecer à comunicação social americana, mas também aos conteúdos propagados nas redes sociais.

Roberts admite que haverá um recuo ao nível da liberdade de imprensa, e argumenta que é este o momento certo para “lutar” e tentar travá-lo. 

Nota: Este conteúdo é exclusivo dos assinantes do jornal Expresso de 7 de abril de 2025.

José Miguel Sardica: "Adolescer"

Uma minissérie visualizável pela internet (Netflix) que expõe os possíveis males dessa mesma internet. Constatada a ironia, vamos ao merecido elogio e à indispensável reflexão. «Adolescência» tem apenas quatro episódios, filmados em “takes” únicos, o que reforça a continuidade da narrativa e cria um maior efeito de proximidade, como se o espetador estivesse “ali”, ao lado dos protagonistas. As quatro horas de duração total constituem quase uma peça de teatro em quatro atos, espaçados no tempo (dia 1, dia 3, 7 meses e 13 meses), com ação que decorre naséri esquadra da polícia, na escola, na visita da psicóloga ao reformatório e numa (triste) manhã de aniversário da família. O “storytelling” da minissérie do momento cria um efeito claustrofóbico e sufocante de interrogações e emoções. E como que num efeito circular, termina no mesmo quarto e na mesma cama onde (quase) começa, sem que os protagonistas inocentes da trama consigam responder aos porquês do drama que se abateu sobre as suas cabeças.

Não quero ser spoiler, por isso recordo apenas o resumo público de «Adolescência». Jamie Miller, um anónimo rapaz de 13 anos, é preso sob suspeita de ter assassinado à facada uma colega ou amiga de escola, Katie. Depressa se percebe que o crime foi perpetrado; a série, contudo, não é tanto sobre aquele adolescente, mas sobre a condição da adolescência e sobre os atuais processos que fazem as crianças-jovens “adolescer”. 

Artigo completo disponível na Renascença.

José Luís Ramos Pinheiro: "As empresas como kit de sobrevivência"

As empresas são frequentemente desvalorizadas, enquanto fatores de agregação da sociedade.

Por razões ideológicas, historicamente conhecidas, as empresas foram, durante muito tempo, genericamente declaradas como inimigas do povo.

Claro que nem todas as empresas são iguais, no melhor ou no pior que praticam. E ninguém pode ignorar casos, no passado ou no presente, de manifesta exploração de pessoas.

As más práticas que desumanizam as pessoas e o seu local de trabalho devem ser acauteladas pela lei e por uma fiscalização eficaz. Não por uma fiscalização abusiva e totalitária que persegue e não previne, mas por uma atuação equilibrada que tenha em vista direitos e deveres, assim como as finalidades sociais das empresas.

Artigo completo disponível na Renascença.

Nuno Goulart Brandão: "A visão estratégica da comunicação interna nas organizações"

A comunicação interna tem de ser assumida nas organizações através de uma visão estratégica que potencie a gestão de relacionamentos bidireccionais, o envolvimento, a valorização e os existentes diferentes interesses mútuos das suas pessoas. E que visem o estabelecimento e o desenvolvimento de organizações mais humanas que potenciem o trabalho com significado, as boas práticas, a flexibilidade, a autonomia, os valores, o propósito, a transparência, a geração de confiança, a coesão interna e a cultura de cada organização.

A concepção estratégica da comunicação interna nas organizações está muito ligada ao reforço da sua virtuosidade e na sua estreita ligação relacional com a gestão do seu potencial humano. E também no reforço permanente de condutas diárias assentes em rigorosos critérios éticos e morais que, actualmente, são determinantes para o progresso e qualidade de vida de todos os seus colaboradores, proporcionando organizações mais humanas e socialmente responsáveis que visem propósitos comuns.

Artigo completo disponível na Human Resources.

José Miguel Sardica: "​A vertigem eleitoral portuguesa"

Nenhuma democracia pode temer a realizações de eleições. É verdade que a sua existência não é garantia absoluta de que o regime que as organiza é democrático; mas um regime que não as realiza só pode ser autocrático ou coisa pior. Sucede que, em democracia, as constituições prescrevem os ritmos eleitorais, espaçando-os no tempo (quatro anos é a regra), para que governos, autarquias, presidentes ou demais poderes eleitos atuem no quadro de mandatos que conferem tempo e, portanto, estabilidade e previsibilidade para o exercício das funções e para a realização de obra.

Portugal vai ter, novamente, eleições legislativas. Perante o caso montado pelo, a despeito do, ou contra o primeiro-ministro, por causa da sua empresa, das suas avenças e das suas contraditórias ações e parcas explicações, cada força política fez o que era lógico que fizesse, em face do ocorrido desde março de 2024. O PS, o CH e as esquerdas votaram contra a moção de confiança apresentada pelo governo; a AD e a IL votaram a favor. E o presidente, tendo cimentado a doutrina para-constitucional de que a queda de um executivo implica dissolução, tratou de agendar novo escrutínio.

Artigo completo disponível na Renascença.

Catarina Duff Burnay é a nova Diretora da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica

A Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (FCH-Católica) acaba de anunciar a nomeação de Catarina Duff Burnay como Diretora da Faculdade. Nelson Ribeiro passa para a reitoria da Universidade, responsável pela área da transformação, colaboração e assuntos internacionais, depois de quase 10 anos a dirigir a Faculdade.

Pós-Doutorada em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e Doutora na mesma área pela Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, a recém nomeada Diretora iniciou carreira académica na faculdade que agora dirige, em 2002. Professora Associada da FCH/UCP, é ainda Coordenadora do Mestrado em Ciências da Comunicação e do Programa Avançado em Jornalismo Televisivo.

Artigo completo disponível na Líder.

Fernando Ilharco: "Liderança, gestão e IA"

Na generalidade das profissões, é possível agrupar as atividades desempenhadas, de forma abrangente, em duas grandes áreas. Na primeira, as pessoas concentram-se no presente, no imediato, procurando estabilidade e assegurando que as operações decorrem conforme o planeado. Atuam a curto prazo, focando-se na execução, no "como” realizar as tarefas necessárias, lidando com a complexidade, valorizando a análise e adoptando posturas tendencialmente objectivas. O desempenho é o critério de fundo. Este é o domínio técnico, dos especialistas e dos gestores. Na segunda área, encontram-se atividades« e preocupações distintas.

Aqui, as pessoas orientam-se mais para o futuro do que para o presente, que vivem em função de desafios e mudanças, e operam num contexto de incerteza. Atuam a longo prazo, privilegiando a visão, a a ambição e a esperança, Interessa-lhes o “porquê” das coisas, procuram simplificar a complexidade, valorizam a intuição, e consideram as emoções, a motivação e a vontade. A objetividade, muitas vezes, cede lugar à subjetividade. Este é o terreno dos líderes, dos influenciadores, dos inspiradores.

Nota: Pode ler este conteúdo na íntegra na edição impressa do jornal de Negócios de 11 de março de 2025.

José Miguel Sardica: "A diplomacia na era da dissonância transatlântica"

A mais recente capa da «The Economist» apresenta uma fotomontagem de Donald Trump, com o boné MAGA, seguido de outros homens de negro - Vladimir Putin, Salman Al-Saud (o sheik saudita), Xi Jinping, Recep Erdogan e Benjamin Netanyahu - com o título «The Don’s New World Order». Essa nova ordem, na verdade um abominável mundo novo, segundo o articulista, será feita de “Don Corleones” que entre si querem mandar no mundo, com o mesmo realismo impiedoso com que as famílias mafiosas fazem negócios e dividem territórios entre si. Será “a might-is-right world in which big powers cut deals and bully small ones”.

A julgar por aquilo a que o mundo assistiu na passada sexta-feira, a revista britânica acertou no diagnóstico. A deriva caudilhista e isolacionista da nova (velha) administração Trump já era conhecida. Ainda assim, em nome de décadas de comprometimento norte-americano com a ordem internacional ocidental, erguida como antídoto contra guerras e ditaduras depois de 1945, acreditava-se que Washington não desertaria desse (deste nosso) lado do mundo, na maneira de ver o mundo e de perceber quem devem ser os seus aliados e os seus inimigos. Os acontecimentos mais recentes desenganaram-nos. Para Donald Trump, a Europa anda a “lixar” (sic) os Estados Unidos há muito tempo e o “estúpido” (sic) Joe Biden não o percebeu. Há uma semana, nos encontros com Macron e Starmer, o presidente dos EUA ainda manteve o verniz. Não com Zelensky - e daí a emboscada na Sala Oval ao presidente ucraniano.

Artigo completo disponível na Renascença.

Michael Baum: "Trump olha para tudo como um negociador, mas a verdade é que, finalmente, alguma coisa está a acontecer”

Com os EUA a aproximarem-se da Rússia, em relação sobretudo à Ucrânia, a Europa está a ficar cada vez mais para trás?

Primeiro gostaria de esclarecer que estou a falar apenas como professor da Católica, como alguém que tem nacionalidade portuguesa e americana. E nessa qualidade acho que o sentimento dos europeus neste momento é que a terra está a tremer debaixo dos seus pés. Tudo isso é palpável e real. Tenho familiares que votaram no presidente Trump e que olham para o que é que ele está a fazer como o cumprir das promessas de campanha. Se esta maneira de Trump negociar trouxer paz para uma guerra que muitos americanos veem como interminável e OS EUA já passaram por várias forever wars - qualquer coisa que ele consiga fazer para trazer uma paz duradoura é bem-vinda

Nota: Pode ler este conteúdo na íntegra na edição impressa do Diário de Notícias de 3 de março de 2025.

José Luís Ramos Pinheiro: "Poderia Balsemão ter sido primeiro-ministro?"

Longe de Portugal e a observar o que se passa no mundo talvez se ganhe maior distanciamento crítico.

Escrevo isto a propósito de um acontecimento que acompanho à distância – o intenso froufrou que percorre o país dos media e de alguns políticos e comentadores que pedem a demissão do primeiro-ministro.

Não sou amigo de Luís Montenegro e prezo a transparência na política. Quaisquer interesses económicos e empresariais de qualquer dirigente político devem ser devidamente publicitados e não escondidos. Se o primeiro-ministro não o fez oportunamente, andou mal e deve fazê-lo agora, sem deixar margem para dúvidas. A melhor forma de garantir a independência da sua atuação é através da maior transparência em situações como esta.

Artigo completo disponível na Renascença.

José Luís Ramos Pinheiro: "A Europa e as "Trumpalhadas"

Parecendo o contrário, o que estamos a viver não é novo. Na europa, como no mundo em geral, a História mostra como a guerra e a paz se alternaram e sucederam. Por aqui, nenhuma guerra dura para sempre e não há paz que não se acabe.

Depois de duas guerras mundiais no século XX tivemos um longo período de paz na europa. Ainda assim, vivemos debaixo da chamada ‘guerra fria’ até o império soviético implodir.

Muitos celebraram a implosão soviética, a começar por reconhecidos pensadores americanos, como uma espécie de fim da História. Debelada a infeção comunista, viriam, a partir dessa altura, anos de prosperidade e bem-estar. E a paz, outrora comprometida pela superpotência soviética, era, praticamente, um dado adquirido.

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