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Arménio Rego: "O que esperar da liderança maquiavélica?"

“Não olha a meios para atingir os fins” é uma boa expressão para representar a abordagem que os líderes maquiavélicos adotam perante a vida e as relações interpessoais. Mas a compreensão destas personalidades requer uma análise mais granular, sem a qual incorremos no risco de não compreender a natureza do fenómeno. Três atributos caraterizam estas pessoas.

Primeiro: os maquiavélicos perfilham uma visão cínica da natureza humana e encaram o mundo como constituído por demónios e tansos (i.e., patetas, totós, palermas). Tansos, para um maquiavélico, são todos os que ainda acreditam em alguma bondade na natureza humana, que tendem a confiar nas outras pessoas, e que são capazes de ajudar o seu semelhante sem esperar nada em troca. Estes tansos são encarados como otários sentimentais que merecem receber uma lição – isto é, ser punidos.

Artigo completo disponível na Líder magazine.

José Manuel Meirim: "Diarra, a FIFA e a União Europeia"

A 4 de Outubro de 2024, o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) proferiu acórdão relativo ao chamado “Caso Diarra”, Processo C-650/22 –, debruçando-se sobre a compatibilidade de diversas disposições constantes do Regulamento da FIFA relativo ao Estatuto e à Transferência de Jogadores (RETJ) com princípios do Direito Europeu, como o princípio da livre circulação dos trabalhadores e com o princípio da livre concorrência no mercado interno.

O “Acórdão Diarra” analisa diversas disposições constantes do RETJ, seja as relativas ao cálculo da indemnização devida pelo jogador ao clube, em caso de ruptura contratual sem justa causa promovida por aquele, seja as que estabelecem a responsabilidade solidária do novo clube pelo pagamento de tal indemnização ao anterior clube, seja as que prevêem a aplicação de sanções desportivas ao seu novo clube, que se presume ter aliciado o jogador a romper prematuramente o anterior contrato de trabalho, seja as que impedem o jogador de ser inscrito por um novo clube, obstando à emissão do necessário Certificado Internacional de Transferência (CIT), enquanto existir litígio entre esse jogador e o seu anterior clube.

Nota: Este conteúdo é exclusivo dos assinantes do jornal Público de 11 de abril de 2025.

Católica prevê crescimento do PIB de 2% este ano e de 2,5% no primeiro trimestre

A economia portuguesa terá crescido 2,5% no primeiro trimestre de 2025, em termos homólogos, segundo prevêem os economistas do Católica-Lisbon Forecasting Lab (NECEP), que reviram em baixa o crescimento do conjunto do ano para 2%.

Na nota hoje divulgada, os economistas estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,5% no arranque do ano, em termos homólogos, e 0,2% em cadeia, uma evolução que representa um abrandamento face ao “forte crescimento de 1,5% em cadeia do trimestre anterior”.

Já para o conjunto do ano, o NECEP indica que “o ponto central da estimativa de crescimento da economia portuguesa foi revisto em baixa em 0,2 pontos percentuais para 2,0% em 2025, na sequência das perturbações causadas pela política tarifária da nova administração norte-americana que poderão limitar o efeito de carry-over de 1,4 pontos percentuais, decorrente do elevado crescimento do final do ano passado”.

Artigo completo disponível no Jornal Económico.

Categorias: Católica

André Azevedo Alves: "Pedro Nuno Santos está a destruir o PS"

Em Fevereiro de 2024, expliquei aqui as razões pelas quais o radicalismo e a impreparação de Pedro Nuno Santos constituíam problemas graves para o PS. Desde então, não só esse diagnóstico se confirmou como a crise do PS se agravou de forma substancial, muito por acção da actual liderança socialista. Parte do problema reside na forma como Pedro Nuno Santos tem radicalizado e encostado cada vez mais o PS à esquerda, erodindo o tradicional posicionamento mais próximo do centro político português.

Enquanto António Costa avançou para a geringonça fundamentalmente por ter vislumbrado nessa solução a possibilidade de aceder ao poder mesmo depois de ter perdido as eleições para Pedro Passos Coelho, Pedro Nuno Santos parece achar que o PS deve estar ao lado da esquerda radical e da extrema-esquerda por convicção – e não apenas por oportunismo político.

Nota: Este conteúdo é exclusivo dos assinantes do Observador de 9 de abril de 2025.

Filipe Santos: "A “blocalização” é a nova ordem mundial"

A desastrada imposição de tarifas globais pela Administração Trump na semana passada levou a um “crash” nos mercados financeiros de todo o mundo, assustados com a perspetiva de um escalar de protecionismo e receosos de uma recessão global. Inesperadamente, assistiu-se também à queda e do dólar americano, o qual serve tradicionalmente como ativode refúgio em alturas de incerteza.

A incerteza continua muito elevada e os movimentos dos mercados nas próximas semanas vão andar ao toque dos tweets. É difícil de prever se Trump está simplesmente a aplicar globalmente a sua “Artofthe Deal” lançando tarifas como salva inicial de um processo de extrair concessões de aliados e parceiros, iniciando agora negociações com cada país e recuando nas tarifas à mínima vitória, ou se ficará firme nas suas posições, forçando os países a negociações dificeis e arriscando uma escalada. Isso dependerá do nível de “lobbying” e pressão interna que sofrer, tendo as manifestações em larga escala nos EUA já começado.

Nota: Pode ler este conteúdo na íntegra na edição impressa do jornal de Negócios de 8 de abril de 2025.