Resposta do SNS à pandemia tem sido positiva ou muito positiva

A resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) à pandemia merece globalmente nota positiva num inquérito feito pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica Portuguesa para o PÚBLICO e para a RTP. Apesar de ter estado debaixo de fogo nas últimas semanas, depois de uma primeira fase de grandes elogios, globalmente, os inquiridos defendem, do que constatam e têm observado nas notícias, que a resposta do SNS tem sido positiva e nem sequer se percepcionam diferenças assinaláveis entre os diversos sectores da sociedade nesta matéria. Mais de metade respondem que a forma como o SNS está a responder à pandemia está a ser muito boa ou boa, um terço, razoável, e apenas 10% julgam que é má ou muito má.

Já quando se perguntou aos 1217 inquiridos se acham que o SNS vai ser capaz de aguentar uma eventual segunda vaga de covid-19, apesar de revelarem alguma confiança, o que sobressai das respostas são as dúvidas. A incerteza é óbvia: apenas 15% acreditam categoricamente que sim (“de certeza”) e a maior parte antevê que “provavelmente sim”, enquanto um terço responde que não ou “provavelmente não”.

Quanto ao futuro e às expectativas sobre a evolução da saúde, os inquiridos mostram-se divididos. Em função daquilo que conhecem actualmente, cerca de um terço imagina que Portugal estará pior dentro de dois anos, outro terço crê que vai estar igual e 29%, melhor. A este nível, não se observam diferenças nas respostas em função de características socioeconómicas das pessoas que responderam ao inquérito.

A linha de aconselhamento psicológico do serviço SNS24 atendeu mais de 23 mil chamadas desde que foi criada no início da pandemia da covid-19, revelou segunda-feira a ministra da Saúde. Desde o dia 1 de Abril que o SNS24 disponibiliza uma linha de aconselhamento psicológico Sondagem: resposta do SNS à pandemia tem sido positiva ou muito positiva destinada a profissionais de saúde, protecção civil, forças de segurança e população em geral, tendo em conta a prioridade atribuída à saúde mental neste período.

A mesma sondagem revela que a pandemia de covid-19, que obrigou ao confinamento e a um grande número de restrições, está a ter um impacto significativo no estado de saúde mental dos jovens. Os mais velhos, aqueles em que se concentra a maior taxa de mortalidade, parecem estar a lidar melhor com a adversidade e sentem-se menos afectados.

A maior parte do total das pessoas que responderam a este inquérito feito pelo CESOP diz que o seu estado de saúde mental não se alterou com a pandemia, apesar de uma franja considerável, perto de um terço, se sentir pior.

A sensação de que o estado de saúde mental se deteriorou nestes meses singulares é mais prevalecente nas mulheres do que nos homens, mas é entre os mais jovens (dos 18 aos 24 anos) que os efeitos da pandemia no estado psíquico estão a ser mais perniciosos. No total, responderam 1217 pessoas ao inquérito feito entre os dias 13 e 17 deste mês.

Quase metade dos jovens entre os 18 e os 24 anos considera que o seu estado de saúde mental se agravou nos últimos meses, enquanto, entre os mais velhos (65 ou mais anos), apenas 17% dizem sentir-se pior do que antes da pandemia.

Um fenómeno que já tem sido, aliás, detectado e assinado noutros estudos, com os idosos a revelarem-se menos afectados, tanto no que se refere a sintomas de depressão como de ansiedade e stress. Talvez porque, como especulam os investigadores, já passaram por períodos muito complicados antes, o que lhes permite relativizar a situação actual.

O impacto da pandemia no estado de saúde físico é substancialmente inferior. Apenas 15% dos inquiridos dizem que agora se sentem pior, enquanto quase quatro quintos passaram incólumes por estes meses conturbados e 6% até se estão a sentir melhor. A este nível, são os mais jovens e os mais velhos que mais se queixam e as mulheres bem mais do que os homens, um padrão já igualmente encontrado em inquéritos anteriores.