D. Manuel Clemente regressa à UCP para a conferência "Entre dois Jubileus"
D. Manuel Clemente, antigo Magno Chanceler da Universidade Católica Portuguesa (UCP), regressou à universidade para proferir a conferência “Entre Dois Jubileus: 2000-2025”, no dia 25 de outubro.
O Patriarca Emérito explicou a origem da palavra Jubileu, uma palavra bíblica que provém do “chifre de carneiro que anunciava uma festividade muito especial que poderia ser a recuperação da propriedade familiar ou a libertação dos escravos”.
Jubileu, também chamado de Ano Santo, é um tempo no qual se experimenta a santidade de Deus. A sua frequência mudou ao longo do tempo, inicialmente acontecia a cada 100 anos, e depois de 50 em 50 anos.
Mais tarde, nos finais da Idade média, a “consciência da brevidade da vida e a necessidade de se garantir a salvação, através de um tempo especial de graça, ganhou força e urgência” e o Jubileu ou Ano Santo passou a ser celebrado a cada quarto de século.
D. Manuel Clemente destacou os Jubileus extraordinários, ocorridos ao longo da História, convocados pelo Papa por “alguma motivação especial”, como foi o caso do Jubileu da Misericórdia, instituído pelo Papa Francisco, em 2015.
Já o Jubileu do ano 2000, convocado pelo Papa João Paulo II, foi marcado por uma dimensão ecuménica, inter-religiosa, e também por um “espanto” pelas desigualdades sociais gritantes que existiam no mundo.
No próximo ano Jubilar, em 2025, o Papa Francisco pretende renovar a Esperança, exortando os Cristãos a estarem atentos “aos apelos da Humanidade”.
O teólogo referiu os oito sinais do tempo que o atual Papa apontou para serem convertidos em sinais de Esperança, tais como a “Paz, a Vida, os Presos, os Doentes, os Jovens, os Migrantes, os Idosos e os Pobres”, acrescentando que “cada um deste sinais tem uma ação concreta, são muito operativos, levam a uma ação muito pedagógica”.
O Patriarca Emérito concluiu com uma interpelação do Papa Bento XVI, de 2007, sobre a Esperança Cristã: “Em linguagem atual, dir-se-ia: a mensagem cristã não era só informativa, mas performativa. Significa isto que o Evangelho não é apenas uma comunicação de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera factos e muda a vida”.
Esta conferência realizou-se no âmbito da Assembleia Geral anual da Sociedade Científica da UCP.