Escola das Artes inaugura "Profundidade de Campo" de Mónica de Miranda
A Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa inaugura a exposição Profundidade de Campo, da artista Mónica de Miranda, no dia 28 de março, às 18h30, na Sala de Exposições da EA.
Após a participação na 60.ª Bienal de Veneza, com o projeto Greenhouse, e na Biennal de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos, com As if the world had no west, a artista Mónica de Miranda exibe o projeto Profundidade de Campo no Católica Art Center, em colaboração com a Galeria Municipal do Porto / Ágora – Cultura e Desporto do Porto, E.M.
A exposição, que estará patente na Sala de Exposições da Escola das Artes de 28 março a 13 junho, pretende dar a conhecer o trabalho do antropólogo angolano Augusto Zita, um dos primeiros antropólogos africanos a inverter o rumo da investigação antropológica para o colonizador. A partir do caderno de campo nunca publicado de Zita, a artista criou um filme onde dá voz às pesquisas do antropólogo e suas investigações no deserto do Namibe, onde ele concebeu um sistema cosmológico orientado para a natureza, tendo a luz como terceira dimensão.
A exposição inclui, ainda, uma série de imagens que retratam os resquícios coloniais portugueses no deserto de Namibe, no Towba e na Baía dos Tigres, no sul de Angola, esta última uma aldeia 'fantasma', fundada por pescadores do Algarve, por volta de 1860, e que foi habitada por esta comunidade até ao final do período colonial, em 1975, e posteriormente abandonada.
O trabalho da artista explora a relação entre espaço e tempo, natureza e história, memória e terra através da lente de cosmologias não ocidentais e conceções de tempo e espaço utilizando meios de fotografia e filme, informadas pelas práticas de Zita e pela obra literária, cinematográfica e antropológica de Ruy Duarte Carvalho.
Profundidade de Campo reúne documentos concretos da história com explorações estéticas sistemáticas que visam trazer à luz as memórias, ideias e concepções ocultas da realidade e retratam a queda do império português e as ruínas coloniais desse império, que agora são engolidas pela natureza num ato de regeneração natural.