Sessão Premium ADN do Jurista: A influência da imprensa e dos social media na desinformação e o efeito nas eleições portuguesas

Com as eleições portuguesas marcadas para janeiro, a Faculdade de Direito - Escola do Porto da Universidade Católica Portuguesa convidou Marina Costa Lobo, cientista política, e o jornalista Paulo Pena para um debate que contou com a presença de mais de cem participantes. Ao longo da conversa discutiu-se a ascensão da extrema-direita no panorama político nacional e o papel da imprensa e dos social media na desinformação dos cidadãos. 

Segundo Paulo Pena, os principais órgãos de comunicação estão a dar ceder mais espaço ao partido Chega e ao presidente André Ventura pela forma como as redações passaram a avaliar o interesse do público.

Agora que os jornais conseguem medir o alcance dos seus conteúdos digitais, acabam por ser favorecidas histórias com mais comentários e partilhas. Uma vez que os discursos populistas de André Ventura acabam por ser amplamente divulgados (mesmo por aqueles que não perfilham das suas ideias), o algoritmo entende que esses assuntos devem ser beneficiados.

O próprio partido Chega organiza-se para difundir a sua mensagem através de contas falsas: “Cada um dos 68 mil apoiantes do Chega pode criar, se quiser, cem contas no Facebook e com isso altera a métrica online e faz com que essa informação que as redações têm seja enviesada.”

Na verdade, toda esta situação já aconteceu nos EUA com Donald Trump, que, em 2016, era um dos piores classificados nas primeiras sondagens das primárias republicanas antes das eleições. No entanto, conseguiu obter 56% do tempo disponível nos meios de comunicação social, por várias razões: “Era capaz de ter uma base de apoiantes, tal como André Ventura tem, e conseguiu dominar a agenda de todo o debate porque os seus adversários usaram as suas declarações para o criticar.”

De acordo com Marina Costa Lobo, também Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou a sua presença mediática enquanto comentador para se aproximar do eleitorado, o que teve consequências no seio político:” Agora não há nenhum político que ambicione um lugar de maior relevo que não sinta que tem de ter um lugar cativo como comentador para criar essa ligação.”

Para a cientista política, esta “transformação da política num exercício de mediatismo”, terá implicações: “Poderá surgir uma pessoa que não tem essa base académica, militante ou jornalística, mas apenas essa base mediática.”
 

Recorde a sessão premium onde foi debatido o papel do jornalismo e das redes sociais no panorama eleitoral dos EUA.

Todos estes eventos do programa ADN do Jurista são abertos ao público, sendo sempre abordados temas conexos ao Direito e à literacia política, mediática e europeia. 

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