Primeiro curso privado de Medicina arranca 2ª

Mestrado integrado da Universidade Católica é lecionado em inglês e prevê ensino prático simulado desde o 1º ano.

Numa das salas do Centro de Simulação já estão modelos anatómicos de braços, torsos de crianças e adultos e de corpos inteiros à espera dos 50 alunos que irão estrear o primeiro curso privado de Medicina, lecionado na nova faculdade da Universidade Católica. São eles que ajudarão os futuros médicos a treinar procedimentos básicos e exames físicos desde o primeiro ano da sua formação. Mais ao lado, outras seis pequenas salas fazem a vez de gabinetes de consulta, equipadas com câmaras e microfone para que nos treinos de comunicação com os doentes simulados, que também vão ser chamados, alunos e professores possam acompanhar e corrigir a forma de contacto entre o futuro profissional e o utente. No piso inferior, no laboratório de anatomia, oito câmaras frigoríficas estão igualmente preparadas para receber cadáveres, indispensáveis à formação de qualquer estudante de Medicina.

Estes são apenas alguns dos espaços prontos a estrear — a inauguração oficial da faculdade, localizada perto do Tagus Park, no concelho de Sintra, acontece na próxima segunda-feira, com a presença do Presidente da República, primeiro-ministro e ministro do Ensino Superior — e que traduzem algumas das imagens de marca do projeto, que recebeu a acreditação da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) em setembro do ano passado. “O ensino de competências técnicas médicas e de comunicação com o doente, que acreditamos ser fundamental, é feito desde os primeiros anos. E os conhecimentos são trabalhos sempre numa lógica de resolução de problemas, para os quais os estudantes têm de ir à procura de soluções”, descreve o diretor da faculdade, António de Almeida, realçando outra das novidades, referente à seleção dos alunos. Além das notas do secundário, que têm um peso de 85%, os 206 jovens que se candidataram, pagando a primeira tranche de um montante que chegará aos 100 mil euros para quem completar toda a formação, foram todos entrevistados num modelo frequentemente usado em escolas estrangeiras e também na Universidade de Maastricht, parceira da Católica e que ajudou a definir os planos de estudo.

As perguntas de motivação e as minientrevistas — oito ao todo, cada uma com oito minutos, e em que o candidato tem de explicar como lidaria perante uma situação concreta que lhe é colocada — valem 15% no cálculo da nota final. Para já, a A3ES deu autorização para apenas 50 vagas (a faculdade quer ter 100 alunos a entrar todos os anos). Entre os escolhidos, a classificação mais baixa é de 17,4 valores e a mais alta de 19,3. E todos tiveram de fazer prova da sua fluência em inglês, já que todo o curso é dado nessa língua. “É uma forma de facilitar a internacionalização dos nossos alunos, de atrair candidatos estrangeiros e de facilitar a colaboração com outras escolas internacionais, nomeadamente com os seus docentes”, explica António de Almeida.

Nota: Pode ler o artigo na íntegra na edição impressa do Expresso de 10 de setembro de 2021.