Debate sobre desinformação e Democracia reúne embaixadoras na Universidade Católica

“As universidades são lugares que defendem a verdade, em qualquer circunstância”, afirmou Isabel Capeloa Gil, Reitora da Universidade Católica Portuguesa. Neste sentido, a universidade acolheu a conferência dedicada ao tema “A Verdade na Era da Desinformação”, no dia 24 de março.

Segundo a Reitora da Católica, “a desinformação começa com a manipulação da linguagem”, daí a importância da forma como usamos a linguagem. “A ciência baseada em factos é vital para a nossa casa comum”.

É por isso que a universidade deve ser um “espaço seguro fisicamente, mas inseguro intelectualmente, porque queremos que diferentes perspectivas possam participar”.

Élise Racicot, Embaixadora do Canadá em Portugal e Presidente da AWA, reconheceu a importância e a urgência deste debate, pois “é uma verdade universal que a desinformação tem impacto nas nossas democracias”.

Nelson Ribeiro, Vice-Reitor da Universidade Católica, também destacou o papel fundamental que a informação desempenha em todos os regimes. “Utilizada para moldar a realidade das pessoas, influenciando a forma como os cidadãos votam e aceitam políticas que vão contra os seus próprios interesses e os das suas comunidades.”

O docente recordou como há duas décadas “nos foi prometido um mundo mais transparente”, no entanto “não só as redes sociais não contribuíram para a expansão da Democracia”, como hoje “são uma plataforma de armamento da história”.

Reconhecendo esta realidade, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou algumas reflexões e ações para o futuro.

“Precisamos de definir respostas coletivas” para contrariar a desinformação, o que implica necessariamente mobilizar a União Europeia e outros aliados democráticos “para estudar e escudar a Democracia”.

O caminho para uma utilização livre e sustentável das plataformas digitais passa também pela promoção da “literacia digital”. Nos media, será necessário “garantir as condições para um jornalismo livre e forte”.

Por fim, defendeu que além de reconhecer e regular “os limites do uso da Inteligência Artificial”, é necessário “desenhar políticas públicas que protejam as sociedades, mantendo a liberdade de expressão”.

A conferência, organizada pela Association of Women Ambassadors e pela Universidade Católica Portuguesa, explorou o impacto da desinformação nas democracias, incluindo os efeitos crescentes da Inteligência Artificial e da tecnologia, com a participação dos oradores Alina Bargoanu, Membro do Conselho Consultivo do Observatório Europeu dos Media Digitais, Jeta Xharra, Diretora do Escritório da Balkan Investigative Reporting Network, Simon Thibault, da Universidade de Montreal e Shenglan Zhou, da Universidade Católica Portuguesa.

O segundo painel, composto por Minna-Liina Lind, Secretária de Estado Adjunta para os Assuntos Globais, do Ministério dos Negócios Estrangeiros estónio, Maria Kucherenko, Diretora de Estudos Russos, no Departamento Analítico do Come Back Alive Initiatives Center, Pedro Calado, da Fundação Calouste Gulbenkian e Jessica Roberts, da Universidade Católica Portuguesa, apresentou possíveis soluções e estratégias para fazer face ao crescimento da desinformação.

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