José Miguel Sardica: "A maioria silenciosa de Trump"
A vitória eleitoral de Donald Trump poderá não ser uma boa notícia para a Europa e o mundo. Mas se são os norte-americanos que elegem o seu presidente, por que razões os não americanos hão-de julgar o eleito para a Casa Branca de acordo com o que daria mais jeito em Bruxelas ou Berlim, Paris ou Lisboa, Kiev ou Telavive, Moscovo ou Pequim? Virá aí o nativismo, o protecionismo, a desglobalização, o fim da NATO e o escárnio sobre a ONU? E que fizeram a Europa e outras democracias no mundo para se precaverem contra acidentes de percurso e para que o eleitor americano trumpista não se sentisse incompreendido pelos estrangeiros, além de desprezado em casa?
A acreditarmos na elite bem-pensante das esquerdas, cheia de superioridade moral, os homens e mulheres, brancos, negros e latinos, naturais ou imigrantes dos EUA, velhos ou novos, pobres ou ricos que votaram em Trump são uma cáfila de “deploráveis”, extremistas, fascistas, racistas, negacionistas, machistas, homofóbicos, xenófobos, broncos e muitas coisas mais; e à presidência vai regressar o pior deles todos, um Hitler de boné ou um Nero que tudo porá a arder! E, no entanto, todavia, porém, contudo e não obstante, 74 milhões de cidadãos deram o voto a Trump, ligeiramente mais do que em 2020, bastante mais do que em 2016, conferindo ao Partido Republicano a primeira vitória no sufrágio popular para a presidência desde 2004.
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