Projeto de investigação permite detetar doença de Alzheimer numa fase precoce

Um projeto de investigação liderado pela Escola Superior de Biotecnologia do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, no domínio da Inteligência Artificial, pode revolucionar o diagnóstico da doença de Alzheimer, mesmo quando ainda não existem sintomas.

Desenvolvido em colaboração com o Hospital de São João, no Porto, as faculdades de Medicina e de Engenharia da Universidade do Porto e o Instituto Politécnico de Bragança, este projeto surge num contexto em que a OMS estima que existam 35,6 milhões de pessoas com doença de Alzheimer (DA) no mundo, sendo que o número tende a duplicar até 2030 e a triplicar até 2050.

A tecnologia Neuro SDR foi testada em 38 pacientes do serviço de Neurologia do Hospital de São João, no Porto. Pedro Miguel Rodrigues, investigador do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia (CBQF/ESB/UCP), explica “criamos um algoritmo que utiliza como fonte de informação 19 elétrodos que captam tensões elétricas que, num adulto, variam entre 30 e 50 milivolts, num espaço temporal de 30 e 45 minutos.” Os elétrodos estão numa touca que é colocada pelo médico ao utente. Essa touca está ligada a uma interface que pode ser acedida através de computador, que capta a informação e no espaço de cerca de 5 segundos a torna visível no ecrã.

Pedro Miguel Rodrigues refere que “um diagnóstico precoce abre portas para melhores resultados ao nível das terapias, mas também constitui um poderoso auxiliar em questões relacionadas com a salvaguarda da integridade pessoal e financeira dos portadores de Alzheimer, assim como em assuntos relacionados com profissões de risco e cartas de condução, por exemplo.”

Este projeto conta com mais de seis anos de desenvolvimento, permitindo contornar a difícil deteção desta patologia, aperfeiçoar algoritmos e desvendar o desenvolvimento da doença em diagnósticos primeiramente inconclusivos. “A solução criada incorpora um algoritmo de inteligência artificial com uma capacidade de precisão de diagnóstico a rondar os 98% para casos assintomáticos e/ou precoces da doença. E, por conseguinte, estamos numa fase em que precisamos de parceiros para conseguirmos que o protótipo saia do laboratório e possa ser disponibilizado em larga escala,” conclui Pedro Miguel Rodrigues.

Alguns dos resultados deste projeto podem ser consultados “Lacsogram: A New EEG Tool to Diagnose: Alzheimer’s Disease”, publicado recentemente na revista IEEE Journal of Biomedical and Health Informatics.

Católica-Lisbon School of Business & Economics Católica Porto Business School Escola Superior de Biotecnologia
Católica brilha no concurso do Banco de Portugal
As equipas da Universidade Católica Portuguesa brilharam na 1.ª edição do concurso "O Meu Futuro Financeiro", promovido pelo Banco de Portugal e pela CFA Society Portugal.
Escola Superior de Biotecnologia Centro de Biotecnologia e Química Fina
Investigadora da Universidade Católica entre as finalistas do European Prize for Women Innovators
Débora Campos, investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia e fundadora e CEO da AgroGrIN Tech, é finalista do European Prize for Women Innovators 2025, na categoria EIT Women Leadership.
Escola Superior de Biotecnologia
Investigação do CBQF em destaque na capa da Marine Drugs
Um estudo recente liderado por Marta Cunha, Ezequiel Coscueta, María Emilia Brassesco e Manuela Pintado, investigadores do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Universidade Católica Portuguesa, recebeu um reconhecimento especial ao ser destacado na capa da revista Marine Drugs.